quarta-feira

Viva a Concorrência!


Dias atrás, estava eu, sentando em um banco, esperando o ônibus para voltar ao seminário. De um lado do banco havia uma barraca de tapioca e do outro lado do banco havia outra barraca de tapioca. A distância entre elas era de, aproximadamente, um metro e meio e ambas vendiam os mesmo produtos, disputavam os mesmo clientes, eram gerenciadas por dois jovens da mesma idade, entretanto, não eram parceiros de trabalho e sim concorrentes.

A forma de divulgar o produto era primitiva, ou seja, eles batiam na panela e gritavam: “Oia a tapioca, feita na hora”. Enquanto um terminava de anunciar, o outro anunciava o mesmo produto da mesma forma, mas com um certo tom de ironia e provocação. Esse fato é real. Eu estava no meio das duas barracas, sem graça, e com a dúvida: Por que os dois não se juntam e trabalham em parceria já que é o mesmo produto e a mesma clientela? Ou, por que um não sai dali e vai pra outro loca, onde não tenha tapioca?

Após alguns momentos de reflexão, percebi que a primeira alternativa era impossível de acontecer, pois o espírito capitalista é tão feroz que o lucro nunca pode ser dividido, e quanto mais funcionário se tem, mais despesas se ganha. Esse pensamento é a barreira intransponível do mercado. É preferível ter concorrência do que ter mais uma despesa, ou dividir o lucro. A segunda indagação foi respondida quando percebi que ali era o melhor local pra se abrir uma banca de tapioca, pois o movimento de pessoas era grande. Estar ali representava um bom retorno financeiro, representava um conforto para os dois vendedores.

Dias depois, quando fui a uma igreja em São Paulo, passei por uma rua e visualizei uma igreja evangélica, grande e muito bonita. Quatro casas depois, eu vi outra igreja evangélica, com as mesmas características da primeira, só que de outra denominação. Eu juro que não estou mentindo, e, com certeza você já deve ter visto isso também.
Logo que me deparei com essa cena, lembrei-me das duas bancas de tapioca e me fiz as seguintes perguntas:

- Por que os dois pastores não se juntam e trabalham em parceria já que é o mesmo evangelho e a mesma missão?

- Por que um não sai dali e vai pra outro local, onde não se tem a presença de uma igreja e onde a mesma se faz necessária e urgente, como por exemplo: as favelas, o nosso sertão, as comunidades ribeirinhas, as comunidades quilombolas?

Será que terei as mesmas respostas?

Viva a Concorrência!


2 comentários:

  1. vdd hein.. e ha quem jure tbm que ja viu duas igrejas dividindo parede...
    mas argumenta-se... existem doutrinas.. as igrejas não conseguem se juntar..

    ..mas sera que nem ao menos conseguem trabalhar como que se não existissem doutrinas e pelo menos parecessem uma?

    ahh... tem o dizimo tbm
    hahah

    abrasss

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  2. Sem comentarios... melhor crítica q li por aqui, hein!!
    Não se acomode com as coisas do nosso mundinho.... a crítica serve pra renovação da nossa mente!!

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