Novamente, o jovem se depara com a praça onde o velho senhor está sentado alimentando os pombos. O velho homem permanece quieto, silencioso, olhando para o jovem que esta do outro lado, na avenida movimentada com muito barulho e muita distração.
A avenida e a praça são lugares significativos nessa história, pois elas carregam em si as características de cada personagem. A praça é silenciosa, é introspectiva, um lugar de serenidade e calma, onde as pessoas podem se assentar e conversar, ou pensar na vida. Ela carrega em si um espírito nostálgico, de saudade, de lembrança, de vontade de parar o tempo.
Por outro lado, a avenida é movimentada e barulhenta, não se pode ficar parado nela, é necessário estar sempre prosseguindo e de preferência não muito devagar. Ela é barulhenta, buzinas, derrapadas, gritos consomem o silêncio e o repouso. Nela não há tempo para lembranças, nem projetos, apenas há tempo para se locomover, realizar, fazer.
Praça e avenida não podem se unificar. Não há praças no meio de avenidas e nem avenidas no meio de praças, elas ficam apenas uma do lado da outra, contrastando o antagonismo de suas características.
O senhor está na praça, o jovem está na avenida. O espírito do velho senhor é o espírito da praça, o espírito do jovem é o espírito da avenida. A primeira vista, a união entre ambos é impossível já que, semelhantemente aos dois objetos, eles são também contraditórios um ao outro.
O desejo do jovem é correr ao encontro do velho senhor.
O desejo do senhor é correr ao encontro do jovem.
Há um antagonismo.
Há uma indagação.
[Esta é a continuação do conto: "O senhor e os pombos". Para compreende-la melhor, leia esse outro texto]
muito massa!!
ResponderExcluirotiimo post queriido (:
ResponderExcluirDeus abençõe sempre!
beijao