“Então os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia...” Ml. 3.16
Ultimamente, tenho refletido muito sobre a oração, pois percebo que a maioria das orações que faço e das orações que são feitas nas igrejas são meros jargões, são vãs repetições, são ferramentas litúrgicas usadas apenas para fazer a transição de uma leitura bíblica ou de um momento para o outro durante o culto. Outro elemento que ultimamente prende a minha atenção é a maneira como me expresso, ou seja, tudo aquilo que eu falo, tudo aquilo que sai da minha boca, todas as minhas palavras e gestos que servem de instrumentos para a minha comunicação com a sociedade.
Destaco esses dois elementos, oração e o falar, pois nesse texto de Malaquias aprendo o modelo da verdadeira oração. O texto diz que os justos conversavam, e Deus atentava e ouvia as suas conversas, tudo aquilo que eles falavam, tudo o que diziam um para o outro. Ora, não seria esse o processo da oração?
Claro que sim. Quando oramos, estamos falando com Deus e Ele está nos ouvindo, pelo menos, essa é a definição tradicional sobre a oração. O que ocorre nesse texto é exatamente o que ocorre na oração, só que eles não estavam tradicionalmente orando eles estavam apenas conversando. Todavia, Deus não fez nenhuma distinção, pelo contrário, Ele atentou à conversa dos justos como Ele atenta para a oração, pois acredito, com base nesse e em outros textos, que Deus não faz separação entre nossa conversa e nossa oração. O que falamos, ou seja, a nossa conversa é tão importante que Paulo, ao falar sobre isso em Efésios, alerta os cristãos dizendo: “deixem a mentira e falem a verdade uns com os outros (4.25); Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe (4.29); coisas sensuais, inconvenientes (5.4)”.
A proposta do apóstolo é que falemos uns com os outros através de salmos e cânticos espirituais. Em outras palavras nossa conversa deve ser sincera como os salmos são sinceros e profundamente santa como um cântico dirigido a Deus, pois Ele está diante das nossas palavras, atento a tudo o que falamos como uma oração.
Por essa razão, entre nós não se deve nunca nomear coisas banais e impuras, como é de costume dos pagãos. Orar não é só falar com Deus, mas é também o falar com o próximo.
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