domingo

Quando as crianças tornam-se fardos

Uma gravidez indesejada não deixa marcas somente no momento em que se descobre aquilo que não se queria descobrir. Mas as seqüelas deixadas por um erro que poderia ser evitado seguem por longos anos da vida de uma jovem e de um jovem que não estavam preparados para esse acontecimento.

Ambos mudam suas rotinas. Saem da escola para trabalhar ou trabalham mais do que deveriam no momento. Fazem isso para poder arcar com os gastos. Fazem isso, pois a criança torna-se um fardo.

São obrigados a pular etapas da vida. Momentos que deveriam ser passados com a diversão das noitadas são trocadas por noites mal dormidas e seios doloridos pela amamentação. Fazem isso para poder suprir as necessidades. Fazem isso, pois a criança torna-se um fardo.

Quando querem voltar atrás e tentar viver um tempo que não é mais cabível, negligenciam os únicos momentos que poderiam ter com seus filhos, e os relegam aos cuidados de terceiros. Fazem isso para poder suprir suas carências egoístas. Fazem isso, pois a criança torna-se um fardo.

Quando perdem oportunidades e grandes chances, culpam esses pequeninos. Esquecem que eles não pediram pra nascer, não tiveram escolha quanto ao pai e a mãe que teriam pelo resto de suas vidas. Fazem isso para poder justificar seus fracassos. Fazem isso, pois a criança torna-se um fardo.

Aquilo que deveria ser motivo de alegria torna-se um peso. Uma decisão errada, uma negligência, um conselho deixado de lado gera um resultado indesejável. Jovens que ouviram mais o conselho de um mundo pautado pelo prazer a qualquer custo do que, as vozes que apontavam caminhos mais adequados para se viver. E quem sofre com isso? Os fardos que são transformados em filhos. Uma criança não desejada e não planejada, não nasce como um filho, já nasce como um fardo e tenta trilhar um caminho pra quem sabe um dia tentar vir a ser um filho.

Se fosse possível voltar atrás, creio que muitos mudariam, teriam posturas diferentes. Se não é possível esperar o momento certo para se aprofundar em um relacionamento então, pelo menos, que se ganhe intimidade de forma consciente e prevenida. Esse é um caminho para construirmos uma sociedade onde as crianças não fiquem fartas de serem fardos.

4 comentários:

  1. Meu Xará!!!!!!!!!! Quando fui olhar o meu comentário no blog do pastor Alexandre Pitante, levei um susto, ué, será que comentei duas vezes, dai percebi a diferença do sobrenome... hehehe

    Prazer xará, nome lindo você têm... Significa Fiél como um cão...

    Estout e seguindo!!!

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  2. Parabéns Calebe.
    Excelente texto, excelente escrita.
    Deus te abençoe.
    Estou seguindo.

    Att

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  3. Ai, eu adoro seus textos...
    ótima reflexão!

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