Descanso para as minhas indagações

O que dizer quando se esta em uma encruzilhada com o coração na mão sem ter para onde correr?

O que se pode fazer, além de segurar o choro diante de situações das quais não fomos preparados para viver?

Diante das indagações da vida e das crises da juventude como podemos responde-las corretamente se passamos por elas somente uma vez?

Se cada indivíduo é singular e cada vida única, como tomar o exemplo alheio para resolver as crises do coração?

O primeiro ato da vida é encontrar a saída de uma barriga acolhedora para um mundo sem acolhimento onde não se encontra saída. Quem explica tamanha contradição?

Diante dos absolutos que se tornam relativos, do concreto que vira abstrato, da vida que vira morte e do amor que se torna ódio, como encontrar um porto seguro que não torne tão depressa um porto de insegurança?

Se vivemos procurando respostas para a vida, sendo essa busca a grande chama do ato de viver, o que faremos quando encontrarmos todas as respostas?

Será que foram ocultadas de forma proposital, para que vivamos com o sonho de um dia encontrá-las?

Será que a encontraremos?

Será até mesmo que existem respostas para todas as perguntas?

Se o dono da existência é eterno, então nossas indagações sobre o mesmo tornam-se eternas perguntas sem respostas.

Mas a vida que nos é concebida se faz eterna ou efêmera?

Será a existência a pergunta com inúmeras respostas?

Ou será a existência a resposta das inúmeras perguntas?

O que dizer ao coração que chora? Ao coração duvidoso? Ao coração inquieto?

Acalma-te? Paciência? Descanse?

Se a vida que lhe cabe é passageira, então, sirva-se das respostas que lhe convenha.

Mas se a vida que lhe cabe é eterna, então descansarás quando enfim encontrares o Senhor da Eternidade.