quinta-feira

De Constantino a Roberto Marinho: a globalização do mundo gospel

A história é cíclica, ou é uma repetição muito similar de anos que já se passaram. Quero já avisar aos espirituais que não estou querendo julgar o coração de ninguém, nem tenho esse poder e nem quero ter, mas apenas faço uma leitura comparativa com o que já passamos na história.

Século IV, Roma estava a beira de um colapso, o imperador Constantino não encontrava mais saídas para fortalecer seu império. Do outro lado um movimento clandestino e subversivo crescia cada vez mais nas catacumbas do império, era o cristianismo com os primeiros cristãos que se encontravam diariamente escondidos como traidores do império.

Muitos alegavam ser o cristianismo o princípio da ruína do império, todavia, Constantino encontrou nesse movimento uma possibilidade de reorganizar e unificar o império. O cristianismo tornou-se a religião do império, aqui temos um problema histórico: essa ordem do imperador foi um mero golpe político ou realmente ele se converteu a mensagem de Cristo?

Cada historiador tem sua posição, mas isso é hermenêutica pessoal, não sabemos ao certo a resposta correta. O fato claro é que essa ação foi uma boa para o império e um tiro no pé para o cristianismo, que passou de subversivo e revolucionário para um movimento burocrático e ditador. Depois disso o que se seguiu foram anos de enriquecimento, opressão, guerras "santas" e pura política. A libertação veio mil anos depois e mesmo assim ainda carregamos marcas profundas da decisão tomada por Constantino.

A história passa, os anos vem e vão e olha aí que bacana gente, a rede Globo patrocinou um show gospel de final de ano com os "melhores" cantores, ou os cantores mais pops do momento da nossa música gospel brasileira. O curioso é o momento dessa emissora, pois passa por uma crise de audiência diante de uma concorrente sorrateira que lhe vem assolando, coisa que não acontecia a tempos. Realmente, diante da crise somos capazes de fazer qualquer negócio até misturar macumba com Jesus, Maria e José.

A situação é muito similar ao século quatro de Constantino, minha dúvida é: será que a direção da rede Globo está apenas realizando uma manobra comercial e política, ou será que eles estão se convertendo ao evangelho de Jesus Cristo?

5 comentários:

  1. Muito bom, simples e objetivo!

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  2. Apesar da pergunta retórica, a som livre responde: VOCÊ ADORA, a som livre toca.
    Acho que eles são bastante honestos, enquanto nós ou parte de nós é que somos muito bobinhos, se não meninos em Cristo! [1ºCo3.1]
    Ótimo texto!

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  3. Temos a mania de espiritualizar tudo..td é uma "bencão", mtos dos que se intitulam cristãos desconhecem a história da igreja, ou pior desconhecem a pessoa de Jesus

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  4. Ouvi muitos dizendo:
    "Nossa! Que maravilha....que oportunidade, quem diria a globo transmitindo um show gospel..."
    Isso me assusta... Principalmente por que sei que a música gospel está longe de ser a verdade do evangelho, com poucas exceções claro, mas é visível a artimanha mercantil por trás dessas ações, infelizmente o cristianismo está pop, esse tal assustador termo "evangélicos" que foge do real sentido está na boca do povão... Será que estamos caminhando para um país pós cristão? De evangélicos apenas de rótulo?Assustador... E intrigante.
    Bom texto Calebe!
    Abraços primo!
    Lysis

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  5. Parabéns, gostei da comparação. Ao meu ver, a Globo está se aproveitando do crescimento da demanda do mercado brasileiro pelos produtos gospeis para ganhar mais "fiés" à sua emissora. Já quanto ao movimento evangélico, acredito que não passe pelo autoritarismo que passou a igreja católica, por já ser um movimento extremamente dispersado. Parabéns pelo blog!! Um beijo.

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