domingo

Lucas 1.46-56: Serei Bem-aventurada!


O cântico de Maria é o relato histórico abordado por Lucas em seu texto, que na verdade é seu testemunho de alegria, e é citado como mais um argumento que comprova a historicidade da promessa feita pelo anjo. Este cântico tornou-se muito útil no começo da igreja pós-primitiva como defesa à tese dos monofisistas, os quais defendiam a adoração às imagens, inclusive a adoração à Maria, mãe de Jesus.
Temos que perceber que foi uma confissão maravilhosa, demonstrando pura alegria mesmo sabendo das adversidades, pois Maria era mulher, jovem, pobre, virgem e carregava o fruto de um milagre divino. No mínimo, ela teria que se explicar para sua família, seu marido, seus mestres religiosos sobre essa gravidez inesperada.

O milagre é incompreensível. A semente divina é plantada na mulher sem o ato sexual e dentro dela é gerado o fruto da Vida. Talvez, os cristãos helênicos tivessem dificuldades para entender esse milagre, já que em sua cultura os deuses mantinham relações ilícitas com mulheres, e o fruto dessas relações eram homens com poderes divinos.
Interessante observar que Maria atribuiu em sua confissão uma expressão a qual se aproxima da definição de felicidade, ela mesma disse: “Serei chamada Bem-aventurada.”
Sabemos que a bíblia não define o que é felicidade, mas ela mostra o homem que é feliz, e ele recebe por ela o título de Bem-aventurado.Essa referência é conhecida principalmente pelo salmo primeiro, o primeiro cântico de sabedoria do livro dos judeus. É esse salmo que separa o judeu feliz do judeu infeliz. E em sua síntese, ele demonstra que o segredo do homem feliz está em repousar na lei do Senhor dia e noite, e a lei do Senhor foi resumida em Deuteronômio como: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo como a ti mesmo.”

O homem Bem-aventurado é aquele cujo seu prazer esta em amar a Deus e ao seu próximo, e a este é dado a dádiva de ser como um árvore plantada na beira de um riacho, onde ali ela se alimenta constantemente, cresce forte e vistosa, sempre dá frutos e nunca murcha, nunca perde sua beleza.
Não tenho dúvida que Maria se tornou Bem-aventurada em sua época e em toda a história. Creio nisso, não somente pelo fato de levar em seu ventre o fruto da promessa, o filho de Deus. Acredito que, além disso, podemos ver em sua humanidade, a vida de uma mulher que tem prazer na lei do Senhor. Que ama a Deus acima de sua própria vida e que reflete esse amor transcendental no relacionamento com o seu próximo.
No fruto da promessa, todos têm a nova possibilidade de serem feitos Bem-aventurados.


[esta é uma série de estudos de perícopes do livro de Lucas. Acompanhe e comente!]

Um comentário:

  1. Tá ficando bom em Calebão!!!!
    Gostei muito do texto e espero que todos os dias e noites no vale te inspirem a exalar pensamentos que nos façam pensar.
    Deus te abençoe cara!!!!!!!!

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