terça-feira

Discurso de um seminarista

Depois de quatro anos de treinamento intenso, me deparo com o grande desafio de falar em nome da turma de forma resumida sobre esse grande dia e sobre tudo o que passamos aqui.
Com o objetivo de finalizar com chave de ouro, sentei na frente do meu computador e comecei a escrever esse nosso discurso. Comecei é claro pela introdução, da maneira como me ensinaram, fui aos poucos colocando alguns argumentos filosóficos, confesso que muitos nem eu mesmo sabia o seu real significado. Fiquei em dúvida se escreveria em grego ou hebraico, mas preferi o português mesmo, pra não ter nenhum problema. Fui buscar no dicionário algumas palavras mais rebuscadas, pois afinal são anos de estudos.Até pensei em usar alguns conceitos da aula do professor Itamir, já que ele me considera um dos melhores alunos da sala né.

Enfim, tendo em vista esse grande desafio, quis realizá-lo da forma mais bonita possível, então dei o meu melhor. Usei tudo o que sabia, estava quase acabando o nosso discurso de maneira linda e clássica. Mas ao ler percebi que estava esquecendo do mais importante. Estava esquecendo so Senhor, me concentrei demais naquilo que eu fiz e acabei esquecendo tudo o que o Senhor fez.

Estava me esquecendo da maneira maravilhosa como Senhor preparou nossas vidas e esse santo lugar onde fomos bem preparados.
Estava esquecendo de mostrar como o Senhor nos consolou nas noites em que só o nosso travesseiro ouvia o nosso choro.
Esqueci de falar dos muitos milagres que presenciamos nesse tempo. Quando não tinha mais dinheiro, mais força, mais disposição, o Senhor intervia e fazia o que só o Senhor sabe fazer.
Estava deixando de lado a maneira misericordiosa como o Senhor nos usou para salvar vidas, pois o Senhor conhece o meu caráter, sabe dos meus pecados, sabe das minhas fraquezas. Todavia eu não sei explicar como o Senhor ainda me usa, como o Senhor me da essa dádiva de participar do seu reino. Isso é misericórdia.
Estava-me esquecendo de como o Senhor nos deu uma nova família. Quando sentíamos saudades de um abraço do nosso pai ou mãe, tínhamos o abraço de nossos amigos, discipuladores e mestres.

Eu esqueci por um momento dos dias tristes e angustiantes onde nada parecia mais da certo, todavia sempre vinha um companheiro com uma piada, ou uma brincadeira, uma palavra de esperança e por alguns instantes tudo parecia que iria se resolver da melhor maneira.
Quando eu lembrei de tudo isso, senti-me envergonhado por ter centrado o meu discurso apenas nas coisas que fiz ou aprendi.

Por essa razão Senhor, nesse ultimo discurso, ou melhor em todos os nossos discursos. Não nos preocuparemos em falar do que fomos ou do que somos, mas apenas de quem Tu És e de como o Senhor age maravilhosamente na vida daqueles que confiam em ti.
E é isso que nos tornamos hoje. Homens e mulheres que foram alcançados por teu amor e por essa razão não sabemos fazer outra coisa com nossa vida a não ser entregá-la por completo a Ti.
Obrigado Senhor.




Nenhum comentário:

Postar um comentário