quarta-feira

“Vocês não se voltaram para mim”

Diferentemente de alguns telejornais da TV, não gosto de usar o sofrimento alheio para prender a atenção das pessoas com o objetivo de aumentar a audiência e ganhar mais pontos no Ibope. Entretanto, venho sendo incomodado a escrever esse texto desde tempos atrás, para ser mais exato, desde a enchente, ou melhor, a catástrofe ocorrida no estado de Santa Catarina. Desde então o que percebemos são vários estados entrando em situação de calamidade pública, ou seja, eles estão declaradamente pedindo ajuda e a mercê de outros estados do nosso país.

Tudo começou com a forte chuva em Santa Catarina, subindo para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, passando pelo intenso e incomum calor do Mato Grosso, que se transformou na seca destruidora do sertão nordestino.
Por todas essas regiões se vê a mesma cena: famílias desabrigadas, sem alimento, sem casa, sem plantação, sem lucro, frustradas, tristes, desoladas, sem rumo, desesperançosas, necessitadas de ajuda. Seja em uma situação onde há abundância de água, ou, em uma situação onde existe a falta da mesma, o fato é que, milhares de famílias no Brasil estão sofrendo com as catástrofes naturais ocorridas nos últimos dias.

Obviamente, tudo o que estamos recebendo da criação é fruto da nossa obcecada ganância capitalista que tem como principal e único objetivo lucrar, amontoar mais riquezas, usando mão-de-obra barata, ou melhor, escrava, sem valorizar as pessoas, valorizando somente o dinheiro e seus benefícios , se é que existe algum.
Entretanto, ao ler o profeta Amós, algo me chama a atenção e me faz redobrar as vistas pzfz esses acontecimentos. Observe o que o profeta diz: “Também fui eu que retive a chuva quando ainda faltava três meses para a colheita. Mandei chuva a uma cidade, mas não a outra. Uma plantação teve chuva; outra não teve e secou.” Am. 4.7

Não quero de forma alguma afirmar categoricamente que os acontecimentos relatados acima são fruto do castigo de Deus para essas pessoas. Não tenho capacidade para afirmar tal coisa. Todavia, não consigo ler esse texto sem lembrar da sequidão do solo nordestino e da perda de toda a plantação por falta da chuva. Também ao ler esse texto logo me lembro das muitas águas que deixaram cidades inteiras totalmente submersas, famílias desabrigadas, homens, mulheres e crianças mortos.

Não escrevo esse texto com o objetivo de explicar a causa e a origem desses fatos, mas meu objetivo é que reflitamos sobre as palavras do profeta Amós. Israel quando recebeu esse castigo vindo de Deus, recebeu pois o seu coração estava obtuso, rebelde, afastado de Deus perdido em seus próprios caminhos. A sentença chave das palavras de Amós repousa na enfática frase Vocês não se voltaram para mim.
Diante do que vimos todos os dias nessa nossa sociedade caótica, a pergunta que devemos fazer, não é quem é o culpado, ou quem é que manda ou desmanda. Mas devemos perguntar ao nosso coração se ele está voltado para Deus e sua Lei. Para assim, não sermos acusados de não estarmos voltados para Ele, e dessa maneira receber em nossa época o castigo de sustentar a posição de rebelião contra Deus.

Um comentário:

  1. Deus nos guarde de ter que assumir um castigo como esse.
    A ganância toma conta do ser-humano. Se preocupar com as consequencias para alguns é sinal de fraqueza, e isso chega a ser patético.

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