quarta-feira

O que significa morrer por Cristo?

Ao ler a história dos primeiros cristãos, também conhecidos como mártires, podemos observar que todos que foram colocados ao desafio de negar a fé em Cristo diante da própria morte, não o fizeram. Pelo contrário, preferiram entregar seu próprio corpo a crucificação, a fogueira, aos açoites, aos murros, e finalmente a morte.

Todos os discípulos, segundo a tradição, receberam em seu corpo o castigo de servir a Cristo e de não abrir mão dessa convicção. A proposta imposta a esses fiéis era aparentemente simples: negar a fé em Cristo significava viver, afirmar a fé em Cristo significava morrer.

Temos relatos históricos de milhares de homens, mulheres, jovens e crianças que durante séculos foram perseguidos e colocados diante desse desafio, e qual era a resposta deles? Obviamente, eles escolhiam por preservar a fé e morrer, pois sabiam que negar a fé em Cristo e adorar aos demônios incorporados nos deuses era morrer estando vivo.

A grande pergunta que sonda esse período nebuloso de perseguição e morte é: por que todos preferiam morrer do que negar a fé?É so imaginarmos que fé é algo vindo do coração. Não é apenas uma exteriorização de atos. Sendo assim, eles não poderiam dizer que não acreditavam e depois retomar sua caminhada de fé´? Talvez, para nós, tomar essa atitude de preservar a vida seja mais coerente. Talvez você já tenha até chegado em algum momento a pensar que se vivesse naquele período, daria o famoso miqué, diria que não é cristão só para escapar.

Só que existe um fator histórico que responde essa nossa pergunta do porque os mártires tinham prazer em morrer por Cristo, tinham prazer em preservar sua fé.

Começando pelos discípulos que foram os primeiros mártires, vemos que a maioria das mortes desses foram semelhantes a de Cristo, seja pelo objeto ou seja pelo sofrimento. Na mente desses discípulos, morrer por Cristo era partilhar igualmente do seu sofrimento, e eles faziam isso, não porque eram masoquistas, mas porque, o sofrimento de Cristo por cada um deles estava fresco em suas mentes, isso instigava-os a se dar como o mestre se deu, por amor a Ele. O martírio era conseqüência da visão e da memória que eles tinham de Cristo e seu sofrimento.

E eu pergunto: Qual é o nosso martírio na pós modernidade?

Passou os séculos e os mártires sumiram. Hoje são poucos os que dão a vida, e digo de forma literal, por sua fé. Hoje, sofrer por Cristo é ter que ir aos domingos na igreja. Sofrer por Cristo é dar o dizimo, ou passar quatro anos no seminário. Sofrer por Cristo é fazer ação social, é criar e cumprir ritos religiosos e leis sem fim. O nosso martírio é deturpado por que perdemos a imagem do martírio de Cristo. Nós esquecemos o sabor, o cheiro, a dor, o sofrimento do mestre, e isso nos faz viver sem saber o que realmente é morrer por Cristo.

Os mártires antigos sabiam que diante do desafio de negar a fé, eles poderiam mentir e dizer que não eram cristãos, para preservar sua vida, pois afinal mais vale um discípulo vivo do que morto. Mas eles não faziam isso, pois sabiam que diante da cruz, o mestre não negou o seu chamado, pois ele sabia que mais valia um cordeiro santo crucificado, do que a criação divina morta em seus delitos e pecados.

3 comentários:

  1. Ótimo texto!

    Tenho um amigo que sempre fala isso:

    “Morrer por Cristo não é tão difícil, é um só sacrifício, rápido, direto. Difícil mesmo é viver por Ele, pois durante a vida nós teremos que nos submeter a muitos sacrifícios”

    Beijão =)

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  2. Lindo Calebe! Sempre penso no que esses grandes homens fizeram, é incrível. É mesmo um desafio ser cristão nesses tempos de tanto comodismo, as facilidades fazem isso conosco. Aquele povo tinha que lutar pra ser cristão e nós não somos perseguidos como eles, nem de longe, fazer diferença parece ficar mais difícil. Mas temos que lutar para mudar isso.
    Abraço
    Saudades

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