terça-feira

A extrema solidão de ser só

Do que adianta estar em uma avenida movimentada se o sentimento que se tem é de se estar só, sem ninguém por perto. Eis que o jovem agora se assenta na calçada, para refletir sobre tudo que fez na sua vida. Talvez esteja ele para tomar a decisão mais importante da sua vida, ou talvez não, talvez seja apenas mais uma decisão como outra qualquer.

O fato é que ele sente falta de alguém que já não está mais perto dele, é ruim perder aqueles que são essenciais para nós, parece que ficamos sem chão, sem referencial, sem amigos, sem pai, sem mãe sem irmãos, por isso sem família, desnaturados, cuidado pelo acaso ou talvez por Deus, quem sabe.

Quando se esta só parece que nem Deus está conosco, mesmo sabendo que Ele está, queremos muitas vezes acreditar que não, pois assim podemos nos afundar nas nossas amarguras. Eis aí o jovem, só, na verdade não está tão só, ele tem as suas milhares de dúvidas, milhares de crises, elas o acompanham desde que ele se conhece por jovem.
Ele olha para a praça, tenta ver a imagem do velho senhor cuidando dos pombos. Talvez ele busque um repouso, um refrigério, um porto, mesmo que não seja seguro, mas que seja pelo menos um porto. Ele olha, mas não encontra, não há nada, ninguém, nem pombos.

O desejo do jovem é preencher sua alma vazia
O desejo do velho senhor é preenche-la
Há um hiato entre a praça e a avenida
Há um silêncio no vazio da vida.

Para compreender melhor esse texto acompanhe os anteriores na série O senhor e os pombos

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