quinta-feira

LUCAS: 4.16-30: Coração Endurecido

Após o desafio do deserto e depois de muitas curas e de uma pequena expansão do seu ministério nas pequenas vilas de Israel, Jesus volta para Nazaré, sua cidade natal. Lucas mostra para seus leitores que Jesus de Nazaré é um homem piedoso e religioso, na medida em que é revelada sua assiduidade nas reuniões da sinagoga. Toda história desse trecho ocorre dentro da sinagoga em Israel e começa com a leitura de um texto de Isaias lido por Jesus, uma profecia que se referia ao messias.

Jesus ao ler o texto, assume para si a profecia contida nele, revelando aos seus ouvintes que Ele era o messias e que aquela profecia tinha cumprido o seu papel naquele exato momento. Lucas ressalta outra ação de Jesus que causa uma atitude de ira no povo. Jesus insinua através de provérbios que o coração do povo é duro para a revelação de Deus, e eles não valorizam os enviados de Deus. Por essa razão, não percebem o Messias tão esperado e, conseqüentemente, a benção prometida para Israel é passada para outros povos por causa da dureza do coração desse povo.

Jesus, diante do povo, diz que Ele é o Messias tão esperado, portanto Ele frustra todas as expectativas do povo que esperavam um Messias libertador, mas não espiritual e sim político. Jesus revela um Messias na simplicidade, que se preocupa com os pobres, fracos e excluídos e não com os santos, fortes e ricos. E em segundo lugar, Jesus, assim como os profetas, acusa o povo de ter um coração obtuso, duro, que se recusa a ouvir a Deus e, por essa razão, padece e não é abençoado por Deus.

Diante dessas afirmações o que se esperaria do povo era uma atitude de arrependimento, assim como o povo de Ninive ao receber a mensagem de juízo através de Jonas. Todavia a reação do povo apenas confirma a dureza do seu coração e a malignidade permeada nele. O povo persegue Jesus com o intuito de matá-lo, mas Jesus foge entre o povo, pois ainda não era sua hora.

Jesus Cristo de Nazaré, o simples filho de carpinteiro, o Deus homem, o salvador e companheiro dos pobres e desfavorecidos é o Messias esperado, o libertador do mundo, o reconciliador, o único caminho até Deus. Diante Dele nosso coração é confrontado, nossos pecados são expostos, nossa auto-suficiência, orgulho, egoísmo são postos a nossa frente para que o nosso coração seja confrontado. Diante dessa confrontação duas ações apenas são cabíveis: vaticinar a dureza do nosso coração através de uma atitude de rejeição e se revoltar contra as palavras do Messias ou um arrependimento movido pelo espírito que encontra espaço em meio ao nosso coração de pedra, dando-nos um novo coração de carne.

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