No ocidente, no período de aproximadamente 500 a.C até 1.700 d.C a questão da territorialidade era muito forte na consciência dos povos. Cada um tinham bem definido a marcação de seu território e sábia para quem ele trabalhava e servia. Mesmo sendo muitas vezes um regime escravocrata, como nos grandes impérios e nos feudos, o povo tinha uma consciência de servir a sua pátria, servir ao seu território.
Com as primeiras duas grandes revoluções industriais (séc. XVIII/XIX), mudou-se em muito o sistema de governo, saiu-se do imperialismo mercantil para um sistema de estado e democracia, inaugurada pelas grandes revoluções, entre elas a famosa Revolução Francesa no século VXIII. Ampliaram-se os limites dos territórios e começou-se a tomar corpo no consciente coletivo a idéia de Estado e povo, numa cooperatividade mutua, onde a riqueza do estado, guardada as devidas proporções, refletia na melhoria de vida do povo.
Na chegada da globalização, acabaram-se os limites de território, o mundo tornou-se uma “Aldeia Global” pelo menos em tese, o dinheiro e a informação tornaram-se pilares fundamentais e de poder de poucos. O estado tornou-se parceiro de um novo administrador e legislador chamado Mercado. Este por sua vez é alimentado pela gula do capitalismo que é servido de grandes empresas nacionais, multinacionais e transnacionais que levam em si grande parte da riqueza mundial. Como dinheiro e informação comandam o mundo de hoje, obviamente o governo dos países e consequentemente das pessoas não estão apenas na mão dos políticos escolhidos “democraticamente” pelo povo, tem mais gente dando ordem aí nesse processo é como diz o velho ditado: “Tem muito cacique pra pouco índio”.
A estratégia governamental mudou, não dá pra saber se o foco é a melhoria do povo ou a fomentação do mercado. Quanto maior a flexibilidade do governo, mais poder recebem as grandes empresas e menor assistência recebe o povo. A privatização demonstra a gula do capitalismo e a morte da política, pode ser tomado como exemplo, pois o governa que é quem a executa se torna omisso diante do “progresso” e “riqueza” entregues pelas grandes corporações. Isso reflete no dia-a-dia, está perto da gente, pois setores sociais que deveriam ser conduzidos pelo governo, são abertos para privatização de outras empresas, que por sua vez, só investirão se houver lucro, pois essa é a lógica fundante do mercado. Sendo assim, o que está por de trás de projetos para o povo, que deveriam ser conduzidos pelo governo, e por causa das privatizações são conduzidas por empresas, é nada mais do que a possibilidade do lucro. Assim, se entende o porquê muitas partes do Brasil, como sertão, quilombos, comunidades ribeirinhas, ainda não possuem projeto de habitação, serviço de telefonia, água e luz, enfim, não possuem o progresso dos grandes centros urbanos, um dos motivos reside no enfraquecimento do governo e no crescimento do mercado. O governo não dá conta, manda a conta para os caciques do mercado que lucram com a conta paga pelos índios que vivem lisos, desprovidos, desprotegidos, enfim, pelados.
Triste realidade! Texto inteligente... =P
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