quarta-feira


"Chamou a si os doze, e começou a enviá-los a dois e dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos;
E ordenou-lhes que nada tomassem para o caminho, senão somente um bordão; nem alforje, nem pão, nem dinheiro no cinto;Mas que calçassem alparcas, e que não vestissem duas túnicas."  Mc. 6.7-9




Esse texto é um chamado à vida simples do discípulo. Cristo, ao enviar os seus discípulos para a missão, ordena-lhes que aliviassem a bagagem e buscassem a simplicidade. Nada de sofisticação, de malas pesadas, de instrumentos grandiosos, de parafernália excessiva. Apenas o básico.

O discípulo de Cristo está sempre caminhando, não se prende a um lugar. Isso não quer dizer não ter moradia, a questão é mais profunda e não se restringe a apenas um fator geográfico. O discípulo de Cristo não é desta Terra; sua pátria não é aqui. Ele está em missão, ele é peregrino, assim como o Mestre.

A missão do discípulo se faz enquanto ele vai, no caminhar. É “indo e fazendo discípulos”, como ordena o Mestre. Discípulo que se acomoda e perde o dinamismo do ir é discípulo que perdeu o foco no chamado de Cristo e se apegou às paixões passageiras.

O discípulo de Jesus, o Cristo, é conduzido pelo vento e quem é conduzido pelo vento não tem tempo para se preocupar com bagagem. Na verdade, a bagagem é um excesso e peso desnecessário. Caminhar com Jesus é um chamado para caminhar pela simplicidade, o que não quer dizer não possuir nada, mas na verdade é viver sem ser possuído por nada, viver o desapego, apegando-se apenas ao mestre e à sua palavra.

Os discípulos caminham sobre a terra cumprindo a missão do Cristo, sem se preocupar com o que comer (pão); sem se preocupar em acumular as coisas (alforje); sem se preocupar com sustento (dinheiro). Levam apenas o essencial: cajado, sandálias e uma túnica. O cajado pressupõe lugares de difícil acesso; as sandálias pressupõem longas caminhadas a serem percorridas e a túnica anuncia o frio que se poderá passar nas noites solitárias.

Ser discípulo de Cristo é viver o desapego. Desapego ao local, pois é transitório e peregrino; desapego às coisas materiais, pois o sustento vem do Pai; desapego às técnicas e ferramentas, pois a autoridade do que se faz não está em quem faz nem nas coisas que se usa para fazer, mas na palavra daquele que envia: Jesus, o Cristo.

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