terça-feira

#001 – Como era no Princípio - Uma pastoral sobre o cuidado ao pobre

“E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento.” Gênesis 1.29

No jardim, o sustento da humanidade era providenciado diretamente por Deus através de sua criação harmônica. O homem, como mordomo do jardim do Senhor, deveria administrar os recursos nele contidos para a manutenção e beleza do jardim e também para o sustento de toda a vida.

Toda a alimentação providenciada no jardim seria auto sustentável, pois dependeria do próprio ciclo da vida do jardim, o ciclo da plantação e colheita. Deus concede ao homem uma alimentação que além de saudável não implicaria em morte de nenhum animal.

Partindo desse texto, pode-se perceber, que possivelmente, na dieta humana a carne não era uma opção. Ela só será autorizada por Deus como alimento, no capítulo nove de Gênesis, ainda sim com uma restrição: que não se comesse carne com sangue, pois a vida está contida no sangue.

A alimentação do jardim contemplava a vida e não a morte. A dieta de legumes, verduras, frutas e cereais, em si, já beneficiam a saúde humana, mas sobretudo, não concedia espaço para a execução de um ser vivo, o que implicava em uma valoração à vida e ao privilégio de existir.

A lógica promovida pelo jardim é que o fruto do trabalho (a manutenção do jardim) deveria preservar a vida e a existência dos seres vivos. Logo, o objetivo do trabalho do homem era a manutenção da vida em um ambiente harmônico, onde essa manutenção providenciaria o sustento necessário para o crescimento da vida. Assim não haveria necessidade de dar cabo à existência de um ser vivo.


Em um planeta como esse, não há desperdício de alimento e também não falta alimento para ninguém, pois mais importante que trabalhar para produzir é o trabalhar para preservar a existência, preservar a vida.

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