quinta-feira

Lucas 05-25: O castigo da Razão.


Lucas começa o livro com um primeiro relato histórico que é o nascimento de João Batista. Seu pai era um sacerdote digno perante Deus, mas mesmo sendo um bom homem, sofria, pois não tinha a maior herança que um homem pode ter que é um filho. Sua mulher sofria também, o verso 25 nos confirma que isso era um motivo de vergonha para ela, mas o texto não a enfatiza muito, talvez pelo seu status.
O sacerdote recebe uma profecia divina, essa profecia não é como as falsas profecias de hoje que visam abençoar somente o destinatário da tal promessa, o anjo lhe da uma promessa que iria abençoar todo o povo, pois as profecias de Deus devem sempre desembocar não somente em uma pessoa, mas em tudo ao redor daquele que recebe a promessa.

O fato que me chama maior atenção, é o conflito entre Fé e Razão. Vimos no texto anterior que lucas trabalha essa tensão de maneira a mostrar que essas duas características caminham juntas na caminhada cristã. Nessa perícope vemos um duelo entre fé e razão, como se fosse um esboço desenhado.
Pode-se observar o seguinte: Zacarias é o servo fiel, que deseja ter um filho, pois este é talvez uma das únicas e mais importantes situações que não lhe tinham sido alcançadas. O anjo é a expressão máxima usada por Lucas para trabalhar o conceito divino, aquilo que pressupõe fé dos homens para que seja compreendido pela razão. Um terceiro elemento é acrescido que é o milagre da fecundação em duas pessoas que já passaram esse período e que sofrem de uma frustração tremenda.
Lucas busca um relato histórico, mas de início ele usa um personagem desprendido da nossa realidade, um personagem que não se pode provar a existência a não ser pela Fé. Entendo que ele da o tom do livro, e mostra que não será apenas necessário o uso da razão para compreender os argumentos dado em suas pesquisas. Devemos lembrar do seu público que é altamente acadêmico.

Zacarias ao receber a noticia, paralisa a sua fé, e se concentra, ou melhor tenta conceber o que ouvira do anjo somente com a razão, e por isso se torna descrente da promessa, como nos mostra o verso 18, que pra mim é a expressão da tensão entre fé e razão. Ele necessitava de algo maior que a razão para conceber totalmente essas palavras, ele necessitava de fé.
O objetivo maior de Lucas em seu livro é apresentar a grandiosidade da obra de Cristo e do seu maravilhoso plano. Ele já sabe que isso exige de todo o ser humano duas característica fundamental que é a união da fé com a razão.

A fé sem razão nos leva a argumentação sem base e ao misticismo cego.
A razão sem a fé nos torna mudos.
A fé com a razão nos fornece a compreensão máxima do milagre de Deus.

[esta é uma série de estudos de perícopes do livro de Lucas. Acompanhe e comente!]

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