quarta-feira

LUCAS 6. 12-19 A ORAÇÃO E O SERVIÇO


Chegamos a um momento importante no relato de Lucas, momento onde o mestre definitivamente escolhe doze discípulos que a partir de então serão chamados de apóstolos, ou seja, serão enviados pelo poder e pelo nome de Cristo para ir a todas as nações. Jesus tinha muitos seguidores e o próprio verso 17 nos mostrará isso, mas dentro desse grupo o mestre Jesus seleciona doze pessoas, aparentemente simples para uma caminhada próxima e profunda com o Filho de Deus.

A bíblia não mostra claramente a razão em escolher esses doze homens, o que sabemos é parte das histórias de alguns desses personagens, sabemos que em geral muitos desses homens largaram imediatamente tudo o que tinham e seguiram o chamado do mestre. Os evangelhos também são enfáticos, principalmente Lucas, em mostrar suas fraquezas e debilidades, isso soa muito forte, pois diante de um cenário altamente religioso como Jerusalém, com homens que conheciam tudo de Lei e tudo acerca de Deus, o filho do Homem escolhe para si, para continuar o seu ministério, homens que aparentemente não mostravam nada de extraordinário, pelo contrário, mostravam-se às vezes até repugnantes a concepção dos judeus.

Para o Cristo, estereótipo não é o pré-requisito para o ministério, pois ele olha além, olha o coração e acima de tudo respeita a vontade do Pai. É por essa razão, creio eu, que o elemento que antecede o chamado dos discípulos é a prática da oração, o mestre passa a noite em conversa com o Pai, pois todo o chamado se inicia na oração, se inicia na vontade do Pai manifestada no Filho, sem esse elemento básico, discípulos são apenas seguidores, fãs, ouvintes, mas através da oração discípulos são transformados em apóstolos e ganham força e poder em Deus para anunciar o evangelho entre as nações. Ministério começa com os joelhos no chão e é muito significativo Lucas mostrar que quem ora é Cristo, pois é sempre assim, Cristo intercede diante do Pai para que cada vez mais discípulos de tornem-se apóstolos.

Após a oração e a convocação que é imediata, Jesus e seus doze apóstolos descem do monte. Essa estrutura monte e planície é muito significativa em Lucas, ela se repetirá em capítulos posteriores, em cima do monte tem-se um momento de adoração, momento de glorificação, e na planície, tem-se uma conjuntura social muito sofrida e árdua. É nesse contexto que os apóstolos são imergidos pelo mestre, após a convocação para o ministério eles não foram para a sinagoga, nem para o templo, eles foram para a multidão, para os doentes, para os atormentados de espíritos e para os rejeitados e marginalizados. Cristo queria ensiná-los que a finalidade do chamado de Deus é o próximo, é o necessitado, somos chamados para a planície, para a multidão que anseia por um libertador. O apóstolo cumpre o seu papel estando no meio da multidão.

Se o início do ministério é a oração, então nesse trecho pode-se dizer que a finalidade do ministério é a cura dessa sociedade doente, dominada por satanás e marginalizada. A oração é a revelação da vontade do Pai sobre os seus discípulos e a cura da sociedade é a oração revelada dos discípulos para o Pai em resposta ao chamado divino.

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