quarta-feira

A FÁBRICA DE FANTASIAS

Se me perguntassem qual a diferença entre sexo e masturbação, talvez uma das minhas respostas fosse: Sexo nos ajuda e instiga a sonhar, já a Masturbação nos ajuda e instiga a fantasiar. Primeiramente é preciso esclarecer que quando falo em sexo estou pensando no modelo bíblico, o sexo como presente divino de unificação entre duas pessoas que se amam e que querem viver comprometidas uma com a outra. O sexo popular e escrachado que temos aí no dia-a-dia, sem vínculo de matrimônio e só pelo prazer; pra mim que se enquadra dentro da terminologia “Masturbação” já que parte do mesmo princípio: satisfação pessoal.  

Gosto das figuras sonho e fantasia, pois creio que elas nos ajudam há compreender um pouco mais sobre esses temas. É engraçado ver como a maioria das pessoas tem (tinham) o sonho de casar. O sonho é algo que se almeja e é preciso trabalhar e lutar para alcançar, muitas vezes demora a se concretizar. A fantasia por outro lado ela é construída a hora que queremos, ela é de fácil realização e se concretiza muito rápido, pois é uma construção que invariavelmente parte da nossa mente, por isso executamos do jeito que queremos de acordo com o que fantasiamos.

Sendo assim, o sexo está para o sonho assim como a masturbação está para a fantasia. O sexo no seu estado santo é como um sonho, é construído, demora e quando se concretiza o prazer não é individual, mas sim mutuo, pois não é sonhado apenas por uma pessoa e sim por um casal. A masturbação, por outro lado, ela é fantasiosa, pois é sempre um atalho rápido e um alívio instantâneo para quem não consegue esperar a realização desse sonho. Ela, além disso, é totalmente egoísta e individual, pois a preocupação mor de quem se masturba (seja através do sexo sem compromisso ou excitação pessoal) é o seu próprio prazer.

Agora, a grande questão e o que eu sempre abordo nos textos sobre masturbação, não é a preocupação em legislar se é certo ou errado, mas sim a preocupação de mostrar a gravidade do ato em si. O sexo nos leva a sonhar, a masturbação nos condiciona a fantasiar. O sonho nos conduz a satisfazer a nós e ao nosso parceiro. A fantasia nos conduz a nossa própria satisfação. O sonho nos coletiviza e a fantasia nos individualiza. Não é a toa que em uma sociedade com fácil acesso a pornografia cada vez mais diminuí o número de pessoas que querem casar e cada vez mais o matrimonio é relegado às traças. Isso tudo é fruto de uma cultura que nos educa a fantasiar e não a sonhar, somos constantemente bombardeados com fantasias que nos estimulam a criar uma vida fantasiosa, nos tornamos uma fábrica de fantasias, descompromissados com o outro e relegados a uma vida sem sonhos.

O desafio é tentarmos fantasiar menos e sonhar mais! 

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Fechou o post com chave de ouro.

    Parabéns.

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  3. Você como sempre sendo usado por Deus (:
    Arrasou no texto!

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  4. cara, muito boa sua colocação! creio que ainda há todo o fator psicológico que envolve o ato da masturbação, esta fantasia acaba criando uma ansiedade que pode ser maléfica na própria construção do sonho (se é que me entende)
    Parabéns bro

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