O BURACO SEM FIM DA IMORALIDADE

Diz a lenda que um povoado muito antigo construiu no meio de sua cidade um poço do qual diziam ser sem fim. Esse poço era a pena máxima para aqueles que fizessem qualquer ato contra a vida.

Com o passar dos anos o poço serviu de lição para todos, mostrando que a punição para um ato imoral (que fugia dos bons costumes do povo) era a queda em uma cova que nunca tinha fim, ou seja, o sujeito que lá entrava jamais saía e cada vez mais se afastava da saída até a sua sofrida morte.

No começo do século passado, falar em divórcio era tomar escândalo para si, pois em uma sociedade altamente religiosa, como por exemplo, nos Estados Unidos, esse ato era uma afronta a Deus e a moral do povo. Todavia, tornou-se banal e rotineiro, dessa forma deixou de ser um ato escandaloso. No Brasil, esse tema começa a borbulhar em meados da década de 70 e depois de duas décadas também perde o tom de escândalo.

Outro tema que fez e faz grande barulho é a questão do homossexualismo. Nos Estados Unidos, (tomo-o como exemplo, pois recebemos influência direta desse país) essa discussão irá ganhar peso entre as décadas de 70 e 80, tornando-se motivo de críticas pesadas e até punições severas aos grupos que defendiam esse movimento. O que se seguiu depois todos já sabem, tornou-se banal e cotidiano, perdeu-se o escândalo e a sociedade passou a “aceitar” como opção de vida. No Brasil essa onda chega com alguns anos de atraso, mas chega forte, talvez hoje vivamos no ápice dessa discussão.

Um dos grandes argumentos nesses dois casos é que antigamente isso era motivo de repugnação, mas agora, em uma sociedade moderna e desenvolvida esses fatos são normais, cotidiano e até frívolos comparados a outros temas. O recheio desse discurso é totalmente liberal, tentando livrar o mundo da ortodoxia que o prendeu em séculos passado, impedindo seu progresso e sua liberdade.

Fica a dúvida: Será que realmente estamos mudando a nossa forma de pensar, ou cada vez mais estamos alargando a nossa moral, como se estivéssemos caindo num poço sem fim de imoralidade?

Por que o divórcio hoje é cotidiano? Será que evoluímos ou nos tornamos mais imorais?

E todo esse barulho sobre a homossexualidade, será que os contrários ao movimento são contrários por serem primatas ou por conservarem um pouco de moral em uma sociedade que caminha para (in)evolução?

Falaram que o divórcio era normal e virou normal. Falaram que o homossexualismo era normal e virou normal. Agora já se debatem o aborto e a pedofilia. Onde vamos parar? Se é que nesse imenso buraco que entramos exista algum lugar onde se possa parar.