sexta-feira

PARADOXOS

Muitos relógios em volta, mas sempre nos falta o tempo
Muitas bocas e gargantas ao nosso redor, mas sempre nos falta a voz para o protesto
Muita gente ao redor, mas a sensação de ser só é expansiva sempre
Muitos contatos, mas poucos amigos e quase nenhum irmão
Muitas informações, mas sempre poucas leituras e quase nenhum conhecimento
Muitas formas de olhar e perceber, mas quase sempre enxergarmos o óbvio
Muitas preces e rezas, mas pouca fé
Muita luz, entretanto há muitos ainda que vivem uma vida apagada
Diminui-se a distância e aumentou-se o vazio
A inteligência nos afastou da simplicidade
A falta de simplicidade nos conduziu ao orgulho
O orgulho nos levou a ignorância
E a ignorância não nos permite entender o mistério do paradoxo
Se cura mais, mas muitos morrem sem cura
Se tem mais, mas muitos vivem sem ter nada
Poucos que têm muito, muitos que têm pouco e vários que não têm nada
O que é lixo pra alguns, tornou-se alimentos de outros
O que é festa para uns, para outros é luto
Mas quem compreenderá?
“E quem entenderá essa contradição de dores?
Não se entregar é a morte do amor.
Se entregar é a morte do amado”
Paradoxo.

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